Luis Suárez continua a olhar para o Barcelona com a mesma admiração com que marcou 198 golos em seis épocas ao serviço do clube. Em entrevista ao Sport, o avançado uruguaio, atualmente no Inter Miami, falou da sua ligação aos catalães e do impacto que a passagem pelo Camp Nou teve na sua carreira e vida pessoal.
O veterano de 37 anos confessou que segue o Barça "constantemente" e que os filhos também continuam a viver o clube de perto. "Não se deixa de ser adepto. Não se deixa de admirar e de ter carinho pelo clube. Mantenho contacto com pessoas de lá", afirmou.
Apesar de ter passado por Atlético Madrid, Nacional e Grémio após deixar o Camp Nou em 2020, Suárez revelou que o futuro depois da reforma está traçado: a família vai voltar a viver em Barcelona. "Continuamos a ter casa lá. O nosso plano é voltar. É uma decisão tomada, por tudo o que a cidade nos deu e porque sempre nos sentimos em casa."
Ao revisitar a carreira, Suárez surpreendeu ao apontar o pico de forma para o período anterior à chegada à Catalunha. "O Suárez de 2013-2014 do Liverpool foi especial. Tudo me saía bem. O Suárez do Barcelona era diferente, porque o papel também era diferente", explicou, sublinhando que a adaptação ao estilo blaugrana lhe trouxe uma evolução tática marcante.
"No Barcelona aprendi a jogar num espaço de 10x10, a um toque. No Liverpool tinha 40 metros para correr, lutar e fintar. No Uruguai, igual. Essa mudança fez-me evoluir imenso. O Suárez de 2014 a 2017 também foi muito bom", descreveu o antigo parceiro de Messi e Neymar.
O internacional uruguaio falou ainda dos momentos de maior pressão, especialmente os períodos sem marcar. "O futebolista às vezes é teimoso e não reconhece os maus momentos. Quando não marcava fora, irritava-me. Torna-se uma bola de neve. O Barcelona, e a Europa em geral, exigem que rendas a cada três dias."
Ainda longe de pendurar as chuteiras, Suárez mantém a chama competitiva acesa nos Estados Unidos — mas o coração, esse, nunca deixou Barcelona.